LA IMPORTANCIA GEOPOLITICA DE BOLIVIA Y LA
INTEGRACION DE AMERICA DEL SUR

Por:
Luciano Wexell Severo

Publicado el 01/09/2012

A importância geopolítica da Bolívia e a integração da América do Sul

 Seja com um novo triângulo estratégico (Santa Cruz, Cochabamba e Tarija) ou
 junto ao Paraguai e ao Centro-Oeste do Brasil, a Bolívia tem uma função
 crucial no processo de integração, como a grande “área de soldadura”.
 Segundo Padula, esses espaços mediterrâneos, situados no coração
 continental, “ao mesmo tempo em que sofrem com o confinamento do interior,
 lhes aufere enorme potencial para exercer o papel de plataforma de
 interligação do comércio regional e bioceânico”. O artigo é de Luciano
 Wexell Severo.

 
 O objetivo deste artigo é realizar uma breve análise sobre a importância
 geopolítica da Bolívia no cenário da América do Sul, a partir da ótica de
 destacados pensadores de diferentes nacionalidades. Inicialmente será
 apresentada uma visão geral do conceito de Heartland, desenvolvido no início
 do século passado pelo geógrafo inglês Halford Mackinder. A seguir, serão
 apresentadas as contribuições de autores como o brasileiro Mario Travassos,
 o estadunidense Lewis Tambs e os bolivianos Jaime Mendoza, Alipio Valencia
 Vega, Alberto Ostria Gutierrez, Guillermo Francovich e Valentin Abecia
 Baldivieso, entre outros. Por fim, é sugerida uma releitura do papel da
 Bolívia no atual processo de integração regional, frente à recente
 diversificação das atividades econômicas, ao fortalecimento de novas cidades
 e à aplicação da iniciativa para a Integração de Infraestrutura
 Sul-Americana (IIRSA).

 1. Heartland de Mackinder
 Em 1904, o geógrafo inglês Halford Mackinder apresentou para a Real
 Sociedade Geográfica de Londres o seu artigo The Geographical Pivot of
 History. No reconhecido trabalho estava presente a sua teoria sobre a “área
 pivô”. Em 1919, reapresentou a elaboração com o nome de Heartland (Mello,
 1999, p.45). Segundo a sua interpretação, o mundo estaria dividido em três
 zonas: o Grande Oceano (que abrange três quartos do planeta), a Ilha Mundial
 (Europa, Ásia e África) e as ilhas-continentes menores (Austrália e
 Américas).

 A grande área continental, cujo centro estava afastado dos mares, tinha
 características geográficas de uma fortaleza natural rodeada por grandes
 acidentes geográficos, como rios, desertos, geleiras, planaltos e cadeias
 montanhosas. Além disso, essa região oferecia a possibilidade de fácil
 projeção em diversas direções. Tinha poder de articulação territorial e
 estava posicionada no centro de uma grande massa continental (Pfrimer e
 Roseira, 2009, p.5). De acordo com Oliveira e Garcia (2010), o conceito de
 Heartland

 Foi desenvolvido para categorizar uma vasta região no “coração da Eurásia”,
 o maior de todos os continentes da Terra, ou “Ilha-Mundo”... O Heartland foi
 definido originalmente como um vasto território, com amplo potencial para a
 agricultura, pecuária, extrativismo ou assentamento de grupos humanos. Rica
 em recursos naturais de toda sorte, além de terras férteis ou potencialmente
 agricultáveis, reservas de recursos hídricos, planícies, estepes e
 florestas, a zona “pivô” da Eurásia incluía, em suas definições originais, a
 ideia de rios caudalosos, enormes jazidas de recursos minerais, do ferro e
 manganês ao fósforo e o potássio, enormes reservas de recursos energéticos
 como carvão mineral e petróleo [1] .

 No início do século passado existia, naturalmente, uma forte influência das
 teorias geopolíticas da Europa e dos Estados Unidos nos meios militares
 sul-americanos. Foram exatamente autores relacionados com a área militar que
 se dedicaram a estudar a geopolítica da região. No caso específico de nosso
 trabalho, o mais relevante a destacar é que cerca de vinte anos depois da
 formulação de Mackinder o conceito de Heartland passou a ser utilizado
 também nas análises sobre o território da América do Sul [2] . A principal
 contribuição neste sentido foi o trabalho desenvolvido por Travassos (1935),
 depois reinterpretado por Tambs (1965). Couto e Silva (1955) e Pinochet
 (1968) continuaram utilizando os referenciais teóricos existentes, mas
 aproveitaram-se das contribuições atualizadas pelo geógrafo e
 geo-estrategista holandês Nicholas Spykman [3]. Os cinco pensadores
 bolivianos utilizados também agregaram pouco valor teórico à proposta
 original de Travassos, ainda que representem a visão própria de um país que
 perdeu quase dois terços do seu território em cinqüenta anos, entre 1883 e
 1935.

 2. “Antagonismos geográficos” e “Triangulo estratégico” de Travassos
 A primeira edição do livro de Mario Travassos, de 1930, se chamava “Aspectos
 Geográficos Sul-Americanos”. Em 1935, o trabalho foi novamente publicado com
 o nome muito mais audaz de “Projeção Continental do Brasil”. De acordo com a
 interpretação deste autor, exatamente no território da Bolívia ocorria uma
 série de “antagonismos geográficos com resultantes geopolíticas” [4]
 relacionados com a sua localização em relação aos três grandes acidentes
 geológicos da América do Sul: a Cordilheira dos Andes, que divide o
 continente a leste e a oeste, e as bacias dos rios Amazonas e do Prata, que
 condicionam uma divisão norte-sul.

 De acordo com essa visão, é no território boliviano, na região que entre
 1559 e 1825 foi conhecida como “Audiência de Charcas”, que se unem as
 “vertentes” do Oceano Pacífico e do Oceano Atlântico e que se tocam as duas
 principais bacias hidrográficas da região (Filho, 2004, p.10). A Bolívia
 seria, portanto, o único país da América do Sul a ocupar simultaneamente ou
 exercer projeção sobre todos esses quatro espaços. As tensões sobre o
 território boliviano estavam concentradas na área situada entre as cidades
 de Santa Cruz de La Sierra, Cochabamba e Sucre. Existia entre essas cidades
 um “triângulo estratégico”, que incluía as importantes cidades mineradoras
 de Oruro e Potosí. Justamente nesta zona, de acordo com Travassos, se
 confrontavam abertamente os interesses do Brasil (“influências amazônicas”)
 e da Argentina (“influências platinas”) pela supremacia geopolítica do
 sub-continente. Pfrimer e Roseira (2009, p.6) lembram que, para o militar
 brasileiro, “a chave desses problemas se encontra no triângulo econômico,
 verdadeiro signo da riqueza boliviana”[5].

 Travassos identifica a influência da Argentina, detentora da desembocadura
 do rio da Prata, como uma ameaça sobre a Bolívia. Desde alguns anos antes, o
 país vinha criando vias férreas de comunicação com o Oceano Pacífico no
 sentido leste-oeste (desde Buenos Aires até Santiago do Chile) e no sentido
 sul-norte (desde Buenos Aires até La Paz e o porto de Arica)[6]. Segundo o
 autor, a estratégia argentina de estabelecer essas linhas verticais sobre o
 mapa sul-americano confrontava claramente com a projeção brasileira de criar
 caminhos no sentido do oeste, buscando permanentemente uma saída para o
 oceano Pacífico.

 Para Leonel Itaussu Almeida Mello (1997), Travassos propunha que o Brasil
 lançasse mão de uma contundente política de comunicações que garantisse a
 unidade territorial e, ao mesmo tempo, assegurasse a projeção brasileira
 para a América do Sul. Durante o primeiro governo de Getúlio Vargas
 iniciou-se a construção da linha entre Corumbá e Santa Cruz de la Sierra,
 visando exatamente ampliar a presença do Brasil na porção oriental do
 território boliviano. Naquele momento, ainda não existia a atual conexão
 argentina entre Buenos Aires e Santa Cruz de la Sierra [7].

 Vale comentar que Mackinder a usou a ideia de Heartland para falar de uma
 área mediterrânea central que daria ao Estado que a domina capacidade de
 mobilidade e projeção em todas as direções da Eurásia. Ao mesmo tempo era
 uma fortaleza natural. O caso da Bolívia é similar. Uma área mediterrânea
 central que pode ser considerada uma fortaleza natural; um altiplano entre
 duas cordilheiras É uma plataforma de projeção para todas as direções e, ao
 mesmo tempo, está sujeita a sofrer ameaças desde todas as direções. A grande
 boliviana questão é a não utilização destas potencialidades pelo Estado.

 3. “Heartland Sul-Americano” de Tambs
 Pfrimer e Roseira (2009, p.7) argumentam que “em momento algum” Travassos se
 referiu à idéia de Heartland ou Pivô Geográfico da História tal como havia
 feito Mackinder [8]. Consideram que a responsabilidade pela
 “reconceitualização dos postulados de Travassos em direção do conceito de
 Heartland foi proposto pelo professor de História do Brasil na Universidade
 de Creighton, Lewis Tambs”. Este, não Travassos, teria adaptado a ideia de
 Mackinder para a situação da América do Sul. Assim, para o estadunidense,
 “quem controla Santa Cruz comanda Charcas. Quem controla Charcas comanda o
 Heartland. Quem controla o Heartland comanda a América do Sul” (Citado em
 Gumucio & Weise, 1978) [9].

 Nota-se que há um limite para a utilização do termo Heartland no caso da
 América do Sul. Em nossa interpretação a validade do conceito se restringe a
 sugerir semelhanças gerais, que perdem sentido quando se busca generalizá-lo
 amplamente. Uma das grandes características que marca o Heartland
 sul-americano é a visível ausência de um poder integrador político,
 econômico e bélico. O Estado boliviano não assumiu esse caráter.

 Antes da Guerra do Chaco (1932-1935), as elites governantes da Bolívia
 fizeram poucos movimentos no sentido de construir vias para integrar o
 território nacional, consolidar as fronteiras e ocupar as vastas áreas do
 oriente, consideradas “baldias”. Depois da Revolução Nacionalista de 1952,
 os planos de “marcha para o leste” ganharam amplo apoio, com a construção de
 infra-estrutura de transportes e serviços. O projeto buscava ativar uma
 linha de pólos de desenvolvimento, do altiplano, passando pelos vales e
 chegando aos llanos de Santa Cruz, promovendo a integração nacional (Pfrimer
 e Roseira, 2009, p.10). Em 1954, o governo de La Paz construiu uma rodovia
 entre Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra.

 Naquele momento a Argentina e o Brasil já estavam unidos à cidade pelas
 linhas de trem desde Buenos Aires e Santos (Del Bosco, 2006, p.4). O
 geopolítico boliviano Alipio Valencia Vega (2011, p.255) afirma que

 La vastedad territorial de Bolivia, abarcando cuatro regiones tan distintas
 entre sí y, sobre todo, separadas de otras por accidentes geográficos
 poderosos, sólo podría mantenerse a condición de que la acción humana de los
 escasos pobladores de dicho territorio se orientara prácticamente y sin
 descanso, desde el primer día de la independencia, al aprovechamiento
 efectivo de los principales recursos económicos de esas regiones y a la
 superación de los obstáculos geográficos, mediante la apertura de vías de
 penetración de unas regiones sobre otras. Si no se operaba esta acción, los
 centros nerviosos del país siempre estarían sumamente lejanos de la
 periferia de las fronteras, las cuales podían ser seccionadas fácilmente por
 los vecinos, en cuanto fuesen algo más poderosos y se aproximasen en su
 acción, desde sus costas hasta su propio interior.

 Veremos a seguir como, anos mais tarde, alguns autores expandiram os
 “limites originais” do Heartland sul-americano como fruto das descobertas de
 maiores riquezas [10]. A área passou a incluir o norte argentino, o Paraguai
 e o centro-oeste brasileiro. Foi o caso dos militares Couto e Silva (1955) e
 Pinochet (1978), ambos fortemente influenciados pela Doutrina de Segurança
 Nacional contra o “inimigo vermelho”. O Heartland sul-americano ampliado,
 riquíssimo em rios, gás natural, petróleo, minérios e terras férteis passou
 a ser também identificado como estratégico para a segurança regional e vital
 para o processo de integração sul-americana.

 Em 1981, o general brasileiro Golbery do Couto e Silva apresentou a ideia de
 que na configuração geopolítica da América do Sul existiam cinco áreas
 continentais. No caso de nosso estudo, o mais pertinente é fazer referência
 à “Área Geopolítica Continental de Soldadura”, integrada pelo Paraguai, a
 Bolívia e os estados brasileiros de Mato Grosso e Rondônia (Freitas, 2004,
 p.49-50). É interessante destacar que dez anos antes, em 1946, no livro “Una
 obra y un destino”, o boliviano Alberto Ostria Gutierrez já havia falado em
 termos muito parecidos e inclusive utilizado a expressão “soldadura”[11].

 Outro destacado pensador boliviano, Jaime Mendoza realizou trabalhos que
 resgataram a identidade nacional e enalteceram a nacionalidade. Seu livro
 “El macizo boliviano”, de 1935, teve grande influência ao desenvolver ideias
 nativistas que relacionavam o território retalhado com a fortaleza cultural
 do país. O intelectual descreveu o maciço desta maneira:

 Hemos llamado Macizo de Charcas y por extensión Macizo Boliviano, a esa
 formidable expansión geográfica de los Andes sudamericanos que se halla en
 la parte céntrica de su recorrido de más de cuatro mil kilómetros por las
 costas del Pacífico. De ella dijimos que constituye el eslabón más grueso y
 pujante de cuantos integran la cadena andina, dilatándose al oriente hacia
 el corazón de Sudamérica, cual si quiera darse de mano con el macizo del
 Brasil.

 O general Pinochet (1978), bastante influenciado pelas ideias de Golbery,
 descreve a região da seguinte maneira:

 Pela sua situação relativa na América do Sul não tem função isoladora, mas,
 ao contrário, de atração, articulação e soldadura entre os países que a
 rodeiam. Pela sua configuração, poderia ser comparada a um gigantesco imã
 que une as peças do conjunto e que se deixasse de atuar desmoronaria
 desarticulando-se[12].

 4. Três conflitos, três derrotas
 Os três conflitos bélicos enfrentados pela Bolívia resultaram em
 significativas perdas territoriais. No momento de sua criação, em 1825, o
 país tinha um território três vezes maior que os atuais 1,09 milhão de
 quilômetros quadrados. A situação foi totalmente alterada pela Guerra do
 Pacífico contra o Chile, a Questão do Acre contra o Brasil e a Guerra do
 Chaco contra o Paraguai. Ainda que a interpretação das razões e do
 desenrolar desses choques armados seja bastante complexa, podemos apontar
 dois fatores como os determinantes: a desatenção do Estado boliviano com as
 fronteiras distantes das principais cidades e a participação de empresas
 estrangeiras no centro dos embates [13].

 Na Guerra do Pacífico (1879-1883), a Bolívia perdeu a sua única saída para o
 mar. Em 1825, com a independência boliviana, as autoridades chilenas haviam
 reconhecido (aceitado) os limites entre os dois países. No entanto, por
 volta de 1830 surgiu um novo elemento como detonador do conflito: as
 descobertas no litoral da Bolívia de imensas reservas de guano, nome dado às
 fezes de aves e morcegos acumuladas sobre as pedras. Devido aos grandes
 conteúdos de nitrogênio, fosfatos e amoníaco, o material era amplamente
 utilizado como fertilizante no empobrecido solo da Europa. O surgimento da
 química agrícola e a maior intervenção sobre as terras pobres alavancaram os
 preços internacionais dos fertilizantes.

 Posteriormente também foram identificadas na região imensas concentrações de
 salitre, outro tipo de adubo. A partir de então, as províncias de Tarapacá e
 Antofagasta e o deserto de Atacama ganharam relevância. Centenas de
 quilômetros de ferrovias passaram a conectar os portos bolivianos, de
 Antofagasta, com a cidade de Oruro, passando por Uyuni, no departamento de
 Potosí.

 Os autores bolivianos analisados associam o estouro da guerra com os
 movimentos de empresas anglo-chilenas para apoderar-se de uma área rica,
 despovoada e praticamente abandonada pelo Estado boliviano. Por outro lado,
 alguns documentos chilenos, como o de Liberona (2002), atribuem o conflito
 ao fato do país discordar dos limites territoriais determinados de forma
 “arbitrária” pelo marechal Antonio José de Sucre, em 1825. O citado autor
 faz referência à ordem expressa de Simón Bolívar para Sucre: “dar un puerto
 para Bolivia a cualquier costo” [14].

 A Questão do Acre (1902-1903) também é bastante intricada. De acordo com o
 general brasileiro Carlos de Meira Mattos (1980), os antecedentes do
 conflito estão presentes nas contendas sobre a navegabilidade nos rios
 fronteiriços entre o Brasil e a Bolívia. Desde 1826, os sucessivos governos
 brasileiros rechaçaram inúmeras propostas apresentadas por bolivianos e
 estadunidenses para autorizar a navegação de embarcações estrangeiras em
 águas interiores do território brasileiro.

 Na prática, entretanto, a eclosão do enfrentamento coincidiu com o surto da
 borracha. O foco estava nas seringueiras, de cujo látex se produzia a
 borracha cada vez mais utilizada pela nascente indústria automobilística dos
 Estados Unidos e da Europa. Incapaz de defender as suas remotas províncias
 do nordeste, a Bolívia optou, com o apoio do governo dos Estados Unidos, por
 transferir o controle da região ao Anglo-Bolivian Syndicate de Nova Iorque.
 O “Sindicato” assumiu o controle efetivo sobre o Acre, com o monopólio de
 exploração da borracha na área e amplos poderes para administrar, arrecadar
 impostos e organizar polícias. A empresa tinha como principal executivo um
 primo do presidente estadunidense Theodore Roosevelt e como um dos maiores
 acionistas o banqueiro inglês Rothschild.

 As tensões com o governo brasileiro foram crescentes até a assinatura do
 Tratado de Petrópolis, em 1903, no qual a Bolívia abriu mão do território do
 Acre. Como contrapartida, o Brasil ofereceu dois milhões de libras
 esterlinas e a proposta de construir a ferrovia Madeira-Mamoré, que
 possibilitaria uma saída boliviana pelo oceano Atlântico via Belém do Pará
 (Reyes, 2010, p.61-62).

 Desde os tempos coloniais, a região do Chaco sempre recebeu pouca atenção e
 era caracterizada por imprecisões na demarcação das fronteiras. A Guerra do
 Chaco (1932-1935) colocou frente a frente os dois países mais pobres da
 América do Sul, que lutaram de forma cruel por uma porção de terra inóspita,
 seca, arenosa e despovoada. Alguns autores, como Chiavenato (1980),
 relacionam o conflito com as descobertas de jazidas de petróleo no Chaco,
 por volta dos anos 1920. Como na Bolívia as explorações eram feitas pela
 estadunidense Standard Oil, enquanto no Paraguai os trabalhos estavam a
 cargo da inglesa Shell, a guerra seria resultado dos interesses dessas
 petrolíferas.

 No entanto, outros autores, como Gumucio (1978), interpretam que o
 enfrentamento teve suas origens em motivos mais estruturais. É necessário
 tomar em conta a conjuntura de crise dos anos 1930, a queda das exportações
 bolivianas de estanho e a sublevação que tomou conta do país. Além disso,
 para a Bolívia, depois de perder a saída para o Pacífico, a relevância do
 Chaco estava na possibilidade garantir uma saída para o Atlântico pela via
 dos rios Paraguai e da Prata. Em poucos dias, a tentativa boliviana de obter
 rapidamente o controle de portos no Rio Paraguai se transformou em uma
 terrível empreitada.

 Gutierrez (1946) considera que com o término da Guerra do Chaco fechou-se
 para a Bolívia uma etapa da vida nacional. Acabou-se o processo de
 configuração territorial e foram estabelecidos os limites internacionais do
 país. De acordo com o autor, “estaban terminados los pleitos fronterizos con
 todos los vecinos, bien o mal, justa o injustamente, por la razón o por la
 fuerza, habían sido trazadas todas sus fronteras y suscritos los convenios
 respectivos” [15].

 5. O “triângulo estratégico” hoje
 As medidas promovidas pelo Estado boliviano depois da Guerra do Chaco
 tiveram impacto visível sobre o ordenamento territorial do país. A nova rede
 de caminhos e estradas possibilitou a migração e estimulou o surgimento de
 novas cidades. Além disso, pode-se afirmar que um dos principais resultados
 da “competição” brasileira e argentina pelo controle de Charcas foi o
 progressivo fortalecimento do oriente boliviano, através de investimentos,
 estímulos financeiros, construção de infraestrutura e estabelecimento de uma
 maior oferta de serviços públicos. O triângulo estratégico proposto por
 Travassos foi alterado [16].

 Santa Cruz de la Sierra, de pequena vila jesuítica estabelecida em 1561 ao
 pé da cordilheira de Cochabamba, transformou-se rapidamente em um importante
 centro de articulação continental e em motor econômico da Bolívia [17].
 Graças à intensa integração com o Brasil em diversos setores, como o
 agrícola e o energético, a zona já é interpretada como uma macro-região
 associada ao estado de Mato Grosso. Santa Cruz e o oriente boliviano contam
 com os privilégios de localização disponíveis ao Heartland.

 A região tem relações tanto com o Pacífico como com o Atlântico,
 potencializadas pelos projetos da iniciativa para a Integração da
 Infraestrutura Sul-Americana (IIRSA) [18]. Somente na Bolívia, são 53 obras
 de infraestrutura em marcha, como ferrovias, hidrovias, rodovias, sistemas
 intermodais, energia e fibra ótica [19].

 A tendência é que ganhe força uma visão global de planejamento e organização
 para a integração regional sob critérios políticos e estratégicos, e não
 mais pelo simples estímulo do mercado ou das empresas privadas. A integração
 de infraestrutura, agora dirigida pela UNASUL, poderia articular a
 integração física com os esforços de ampliar o comércio intra-regional e de
 expandir a complementação das cadeias produtivas.

 Neste novo contexto, e somado à possibilidade de ingresso do país ao
 Mercosul nos próximos anos, a importância do território boliviano só tende a
 aumentar. Seja com um novo triângulo estratégico (Santa Cruz, Cochabamba e
 Tarija) ou junto ao Paraguai e ao Centro-Oeste do Brasil, a Bolívia
 continuará tendo uma função crucial neste processo, como a grande “área de
 soldadura”. De acordo com Padula (2011), esses espaços mediterrâneos,
 situados no coração continental sul-americano, “ao mesmo tempo em que sofrem
 com o confinamento do interior, sua posição lhes aufere enorme potencial
 para exercer o papel de plataforma de interligação do comércio regional e
 bioceânico”.

 Notas

 (*) Economista formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
 (PUC-SP), Mestre e Doutorando em Economia Política Internacional pela
 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor visitante da
 Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Agradeço os
 valiosos comentários do colega e professor Raphael Padula, da UFRJ.

 Artigo publicado no Seminário de Pós-Graduação da Associação Brasileira de
 Relações Internacionais (ABRI), realizado nos dias 12 e 13 de julho de 2012,
 em Brasília.

 [1] José Luis Fiori (2011) considera que “Mackinder formulou um novo
 princípio e uma nova teoria geopolítica, que marcaram a política externa
 inglesa do século XX. ‘Quem controla o coração do mundo comanda a ilha do
 mundo, e quem controla a ilha do mundo comanda o mundo’. A ‘ilha do mundo’
 seria o continente eurasiano, e o seu ‘coração’ estaria situado – mais ou
 menos – entre o Mar Báltico e o Mar Negro, e entre Berlim e Moscou”.

 [2] De acordo com os bolivianos Baldivieso (1986, p.44) e Francovich (1985,
 p.96), já no início do século XX, o cientista alemão Alexander Von Humboldt
 referiu-se ao atual território da Bolívia como “Maciço central dos Andes”,
 “Peru interno” e “promontório da América do Sul”.

 [3] Segundo Fiori (2007), Spykman “partiu das idéias de Halford Mackinder,
 mas modificou sua tese central. Para Spykman, quem tem o poder mundial não é
 quem controla diretamente o ‘coração do mundo’, mas quem é capaz de
 cercá-lo, como os Estados Unidos fizeram durante toda a Guerra Fria e seguem
 fazendo até os nossos dias”. O Heartland perde importância frente ao
 rimland.

 [4] Segundo Baldivieso (1986, p.48), o antagonismo proposto por Travassos
 “podría decirse que estaba insatisfecho y que había conformado un país
 vacilante en su triple rol sobre la hoyas amazónica, del Plata y del
 Pacífico, pero en ninguna de ellas gravitó con la fuerza necesaria para
 definir sus destinos como nación de estructuras centrípetas. Los
 internacionalistas y geopolíticos bolivianos, insistentemente, anotan su
 indudable rol en los tres caminos continentales, pero ocultan, muy
 comprensiblemente, su debilidad e invertebración que hizo de ella un país
 vacilante”.

 [5] Vale apontar para o interessante fato de Ernesto Che Guevara ter
 decidido iniciar a sua guerrilha exatamente no meio do “triângulo
 estratégico”, mesmo contra as orientações do Estado cubano. O argentino
 insistia que desde a localidade de Vallegrande seria possível projetar a
 luta armada para os demais países da região. Em 1967, foi capturado e morto
 por Rangers estadunidenses e pelo exército boliviano.

 [6] Também foi criado acesso para Assunção, estabelecendo contato com as
 capitais de três importantes países.

 [7] Pfrimer e Roseira (2009, p.11) apontam que “Por pressão argentina e
 pelas dificuldades de se romper os contrafortes andinos entre Cochabamba e
 Santa Cruz, construiu-se um ramal ligando Santa Cruz até o departamento de
 Tarija e daí até o norte argentino. Assim a malha ferroviária oriental
 boliviana se integra, ainda hoje, à ocidental apenas em território
 argentino”. Ou seja, até os dias atuais não existe um ramal entre Santa Cruz
 e Cochabamba.

 [8] Afirmam que “talvez a única passagem que tenha sido mal interpretada
 posteriormente é aquela em que o marechal brasileiro afirmava a força
 coordenadora do Brasil em direção longitudinal no território sul-americano:
 ‘Em primeiro lugar, as grandes linhas de massa continental - as cumiadas dos
 Andes dividindo-a em duas vertentes, a vertente de leste trabalha pelos
 compartimentos de duas imensas bacias – a do Amazonas e a do Prata. Em
 seguida, o fato dessas duas bacias se encontrarem em uma sorte de pivot,
 emergindo das formações da Cordilheira – o planalto boliviano – a partir do
 qual os caudais daquelas bacias se colocam verdadeiramente em antagonismos’.
 O uso da palavra pivot deve ser interpretada no contexto do parágrafo e do
 livro, nesse sentido ela não faz referência ao Pivô Geográfico da História
 de Mackinder, mas sim ao fato do planalto boliviano se constituir numa área
 de ligação entre a Bacia do Prata e Amazônica”.

 [9] Tambs afirma que “a história mostrou a importância dessa região durante
 os impérios pré-colombianos Aymara e Inca e mais tarde durante a colonização
 espanhola, quando o altiplano e Charcas eram centros de poder. O Alto Peru
 permaneceu o centro nervoso do poder espanhol na América do Sul até o final
 do Império espanhol... O rimland sul-americano cercou Charcas. Sob a falta
 de liderança boliviana, o Heartland não teria mais força para agir e foi
 coagido. Vista como a luta pelo Heartland de Charcas, a história
 sul-americana dos séculos XIX e XX se torna inteligível (Idem, 1978). O
 autor utiliza o conceito de rimland, de Spykman, de 1942.

 [10] Com o objetivo de definir uma abrangência física ao conceito de
 Heartland sul-americano, Oliveira e Garcia (2010, p.10) elaboraram um mapa
 azimutal equidistante centrado na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. A
 figura mostra as principais cidades sul-americanas com mais de 500 mil
 habitantes. A partir do ponto central, em um raio de 2300 quilômetros se
 encontram as principais cidades do Cone Sul e dentro de um raio de 3100
 quilômetros estão todas as maiores cidades da América do Sul.

 [11] Segundo este autor, “situada en el centro de la América Meridional,
 cabecera de los tres grandes sistemas hidrográficos – Amazonas, Plata y
 Pacífico – nexo entre dos océanos, limítrofe de cinco naciones, obligado
 paso de norte a sur y de este a oeste, la geografía impone a Bolivia, no una
 función aisladora y de aislamiento, sino de atracción, de articulación, de
 unión, de soldadura entre los países que le rodean”.

 [12] Pinochet concebe o Estado como um “organismo formado por Territorio o
 espacio, Población o masa humana y Soberanía. Estos adquieren una
 constitución semejante a una ameba en el que se distinguen: las fronteras o
 capa envolvente cuya resistencia está de acuerdo con el grado de
 potencialidad del núcleo vital, el ‘Heartland’, las comunicaciones y el
 Ciclo vital del Estado, que está demostrado por la historia de la humanidad
 en el transcurso de los siglos: nacer, desarrollarse y morir”.

 [13] Reyes (2010) apresenta uma análise atual e detalhada dos três
 conflitos.

 [14] “Tarapacá foi cedida em caráter definitivo ao Chile, que ainda recebeu
 a posse temporária de Tacna e Arica – acerca das quais desenvolveu-se uma
 longa disputa diplomática que somente veio a ser resolvida em 1929. Os
 últimos soldados chilenos deixaram o Peru em agosto de 1884. O armistício
 com a Bolívia (abril de 1884) permitiu ao Chile continuar no controle do
 Atacama até a negociação de um acordo de paz definitivo, que somente se
 materializou em 1904” (Collier, citado em Reyes, 2010, p.56). Até os dias
 atuais a Bolívia move judicialmente demandas para retomada de sua saída para
 o mar, mantendo a sua pequena frota estacionada no Lago Titicaca.

 [15] Vega (2011, p.257) considera que “Las mayores pérdidas territoriales de
 Bolivia no fueron realizadas por la vía diplomática, sino que fueron
 consecuencias de diversas guerras o ‘revoluciones’ sostenidas con los países
 vecinos. Diplomáticamente se perdieron parte del territorio del Litoral [no
 el propio litoral, sino un pedazo de la provincia del Litoral] cedido a
 Chile en 1866 y los territorios cedidos a Brasil en el norte y el oriente en
 1867, también más tarde el territorio de Bermejo y la Puna de Atacama
 cedidos a Argentina por el tratado de 1889. Igualmente, la zona de Tambopata
 al Perú en 1909. Todos los demás territorios, o sea el Litoral sobre el
 Océano Pacífico, el Acre y el Chaco fueron perdidos como consecuencia de
 guerras que sostuvo Bolivia con los países vecinos: Chile, el Brasil y el
 Paraguay. En el fondo de estas guerras que aparecen en sus causas como
 esencialmente políticas, hay una influencia económica poderosa. Se producen
 esos conflictos armados por la codicia de la riquezas naturales existentes
 en los territorios disputados por las armas; riquezas naturales que son
 materias primas altamente apreciadas en los mercados del mundo”.

 [16] Del Bosco (2006, p.6), fazendo referência a Travassos, afirma que “si
 tuviéramos que actualizar su pensamiento respecto a Bolivia, dejaríamos de
 lado el triángulo Sucre-Cochabamba-Santa Cruz de la Sierra y hablaríamos a
 futuro de un eje sur-norte, conformado por los departamentos de Tarija y
 Santa Cruz de la Sierra. El primero con la segunda reserva de gas en América
 del Sur, eje con capacidad para proyectarse exteriormente. Tarija gracias al
 impulso de los hidrocarburos es el departamento que más ha crecido. Durante
 el período 1988-2004 su PBI se incrementó en 191%”. Por sua vez, Pfrimer e
 Roseira (Op.cit., p.12-15) consideram que “A influência dos discursos
 geopolíticos brasileiro e argentino, principalmente no que concerne o
 conceito de triangulo estratégico boliviano, sobre suas políticas
 territoriais, acabou ao longo dessa disputa materializando em solo boliviano
 um triângulo. Não aquele representado por Travassos, uma vez que Sucre
 deixou de ser a capital política do país e tem perdido cada vez mais sua
 importância econômica. Ademais, a expansão econômica de Tarija, após a
 descoberta das importantes reservas de gás e petróleo, a colocou como um dos
 quatro principais centros urbanos do país. Essa área com o formato
 triangular é constituída por uma rede urbana de três cidades principais:
 Santa Cruz, Cochabamba e Tarija. Envoltos e bem articulados a esses centros
 urbanos principais há ainda centros secundários como Potosi, Oruro, Sucre e
 Yacuiba... Esse novo arranjo territorial detém aproximadamente 60% do
 Produto Interno Boliviano, quase metade da população boliviana e 98 % e
 99,2% das reservas provadas de gás e petróleo na Bolívia, respectivamente”.
 Tomando em conta os projetos de corredores bioceânicos que passam pelos
 países andinos, acredita-se que a área do novo triângulo possa constituir-se
 no futuro Hub Logístico Sul-Americano.

 [17] Existem boas rodovias que conectam Santa Cruz com Cochabamba, La Paz e
 os portos do Peru (Matarani e Ilo) e do Chile (Arica e Antofagasta).
 Igualmente, há oferta para o leste até Corumbá e os portos do Rio Paraguai
 (um canal liga Puerto Aguirre, Puerto Quijarro e Puerto Suárez à Hidrovia
 Paraguai-Paraná, na fronteira com o Brasil). Nos últimos anos, tem avançado
 o projeto de ativação do Puerto Busch, localizado na fronteira boliviana com
 o Paraguai. Este é o chamado “Mar guarani”, que permitirá um acesso direto
 da Bolívia ao oceano Atlântico via rio Paraguai, sem a necessidade de
 navegar pelo canal de Tamengo. O novo caminho permitirá intensificar os
 investimentos em atividades como petróleo, gás, ferro das minas de Mutún e a
 produção agrícola. As redes ferroviárias já integram Santa Cruz com o
 Atlântico (até Santos e Buenos Aires) e quase até o Pacífico. Há planos de
 ligar a região com o sistema amazônico, até Porto Velho, Manaus e Santarém.

 [18] A IIRSA foi criada em 1990 sob a orientação do “Regionalismo Aberto” da
 CEPAL e do “Novo Regionalismo” do BID. A iniciativa funcionaria como a
 espinha dorsal da proposta estadunidense de anexação continental, a chamada
 Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). A proposta da IIRSA, que
 continuou existindo apesar do enterro da ALCA em Mar del Plata, em 2005, se
 concentrou no fortalecimento de "corredores de exportação", aprofundando
 ainda mais a condição de nossos países como vendedores de mercadorias de
 baixo valor agregado para os centros industriais. A mudança atual está na
 criação do Conselho de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan) dentro da
 União de Nações Sul-Americanas (UNASUL). Desta forma, os governos assumiram
 a direção do processo e a tendência é intensificar as obras orientadas para
 a efetiva integração regional em energia, transportes e comunicações.
 Entende-se como essencial que os Estados nacionais e as populações
 fortaleçam o seu poder de intervenção nos projetos.

 [19] Del Bosco (2006, p.5) aponta que “hoy Santa Cruz, además de petróleo,
 madera, caña de azúcar y ganadería, ha desarrollado el cultivo la soja y ha
 pasado a constituirse en un centro de importantes inversiones de
 agricultores argentinos y brasileños. Su PBI representa el 30% del total de
 Bolivia, la actividad agropecuaria el 43%, la del comercio el 36,2% y la
 industria manufacturera el 35%. Por su parte sus bancos acaparan el mayor
 movimiento financiero del país”.

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